E a Escrita?
Não se escreve mais?
E toda inspiração, literatura e palavras
Ficou lá para trás?
Respostas vagas.
Ideias vagas.
Não sei o que há de ser.
Ser poeta, deve ser isso.
Acordar e ver que palavras, palavras e mais palavras
Formam ideias, que formam contos, que expõem histórias e lançam polêmicas e geram críticas e elogios ou afins
Ser poeta deve ser a inconstancia a procurar pelo constante
Deve ser o vazio a procurar pelo cheio
O belo a procurar sua beleza
O feio a retratar sua feiúra
O certo a procurar por suas certezas
O erro a declamar suas culpas
Ser poeta deve ser viver primordialmente pela palava. Do texto à palavra, Do texto à fala...à réplica, à tréplica e ai de mim que não sou poeta.
Que não me vem ideias e nem me vem palavras...e ai de mim...Tristeza!
De não me ter o belo da ficção da vida.
Eu quero o belo, a fantasia, a imaginação.
Não...não me joguem apenas o real da vida.
O real não basta.
O real me aprisiona.
O real me dá fadiga.
A fadiga que sinto agora em não ser poeta!
Eu quero a poesia em mim.
Tudo bem, se me vier a prosa. Eu a aceito com muito gosto.
Mas não me neguem isso...não me neguem o texto...a palavra... a ideia...
E o que há de ser de mim? Não, mais poeta?
Não, mais feliz?
Felicidade é ser poeta...é ter ideias...é ver na escrita o colorido de uma vida cinza.
Pois como disse Clarice Lispector:
"Escrever é procurar entender, é procurar reproduzir o irreproduzível, é sentir até o último fim o sentimento que permaneceria apenas vago e sufocador. Escrever é também abençoar uma vida que não foi abençoada"
"Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é possível fazer sentido. Eu não: quero é uma verdade inventada"
"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..."
Então...eu quero, quero sim...ser poeta e desabrochar...ontem, hoje, amanhã e sempre!
Marinês Rodrigues
Neste programa, conversa com o Riva da Riva Rock discos aqui de Campinas, trilha sonora livre, retiramos os clichês e separamos tudo em blocos: "60-70", "80", "Shuffle", "Brasil [tema: electro rock]" e o último bloco onde ocorre o aguardado "detonando a geral", além da sábia dica de Tião Macalé pra finalizar o programa.
Para saber as bandas e músicas que rolaram neste programa CLIQUE AQUI
Após a reprise na RockAlive, o programa fica hospedado no endereço: http://seligaridicula.podomatic.com
ouça quando quiser!
Perguntas? Usem meu Formspring
Para divulgar sua festa e seu show, xingar, fazer sugestões? mande um mail para: raimein@gmail.com
Para recomendar um banda? mande o endereço das músicas ou vídeo para: raimein@gmail.com ou deixe os links nos comentários no blog do Podcast ou meu blog.
(lembre-se que o programa vai ao ar dia 15 e 30, então, não deixe pra entregar tudo em cima da hora)
Abraço a todos e valeu!
Rái Mein
A sexta feira não foi mesmo comum. Retratou-me a triste história de Léolo e a triste história de vida de Arnaldo e no meio delas há tanto, tanto de poesia, tanto de beleza, tanto de riqueza...que se pudéssemos descrever em apenas uma frase:
"Todas as sextas-feiras deveriam ser ricas, assim...simples, assim". Mas, infelizmente os vídeos vistos como "Cult" são apreciados apenas por uma minoria de espectadores. E as poucas programações ricas de tv, são substituidas por aquelas tão mais pobres. Infelizmente. Talvez um dia possamos disseminar melhor as artes. E que todos possam apreciar a uma apresentação de dança contemporânea e possam frequentar mais os teatros e sentir prazer na solidão de uma leitura e entender que na solidão o livro mostra-se vivo, presente. Apreciar versões cinemátográficas, mas, não somente as vendáveis, "as americanizadas"...mas, aquelas que realmente nos transportam de seres passivos, a ativos, reflexivos e questionadores.Mas, não podemos desistir, o ano apresenta em média quantas, quantas sextas-feiras? Muitas, não as contei, mas sei, são várias. Quem sabe numa dessas a gente possa ver esses Cinecafés menos vazio, a gente possa ver os teatros, as vernissages, as apresentações de dança, de circo e etc...sendo mais valorizadas. Não, não nos cabe discutir a questão política, até pque nesses casos eles é que são culpados por quase tudo. O consenso diz que cultura custa caro...será mesmo? Eu assisti a um filme belissimo, a um documentário riquissimo e não paguei nada por isso, comprei um livro no "Sebo", nessa mesma sexta-feira por apenas R$ 1,50 e venho adquirindo conhecimento por meio de iniciativas diversas. Sou melhor que alguém, que alguns? Não. Definitivamente não! Mas, a diferença é que não me oponho. Ao primeiro convite para conhecer qualquer linguagem artistica me predisponho e vou buscando entendimento para receber aquela arte de forma prazerosa e tento entendê-la de forma a reconhecer o quanto ela tem a me acrescentar cultural e intelectualmente, e o quanto me ensina a ser melhor em todos os âmbitos da vida. Mas, somente isso não basta, o ganho está no quanto tudo isso inquieta e nos leva a questionamentos. E assim, de questionamento em questionamento, de experimentações em experimentações é que se constrói um novo patamar cultural. É possivel sim, galgar um outro patamar, basta que os pais levem livros a seus filhos e que isso faça parte de uma rotina normal. A pobreza está assim como na história de Léolo na qual um livro faz parte do cenario de uma casa apenas como "calço" de uma mesa. A pobreza de tudo é que a gente não percebe realmente que podemos fazer qualquer dia de nossa semana e de nossas vidas, dias mais ricos, basta querermos. A pobreza mesmo está em não entendermos o que G. Bachelard entendeu, pois para ele:"Há poesia nos principais espaços preferidos pelo homem. Na casa, no sótão, no porão. Numa simples gaveta". Talvez, quando chegarmos a esse entendimento não acharemos que a culpa de sermos "pobres culturalmente" é do governo, é da falta de dinheiro, é da Rita Lee em ter abandonado os Mutantes , nem do Léolo ter tido uma vida tão miserável. A miséria está realmente em cada um de nós que não abre a gaveta corretamente e não enxerga a poesia das coisas, de todas as coisas e principalmente que há em Todas As Coisas.
Por isso, e por que fui cobrado de minha promessa, vou ter de caprichar aqui para as testemunhas oculares deste rascunho ao vivo.
Brasilia não perdoa os amadores, e só com muita concentração é possivel escapar do calor, do ar seco, do concreto, da falta de caminhos para pedestres. Estavamos trabalhando num parque de tendas, próximos do chão vermelho, com a chuva batendo forte na lona e interrompendo. Uma centena de pessoas representando os estados todos e quase todos os setores da música, em debate permanente e sem trégua. Varias histórias retrançadas em alguns anos de associativismo, militancia em sindicatos e cooperativas e essa coisa nova, os coletivos, meio trabalho solidario, meio clube, meio célula revolucionaria. Todos ali, por varias razões, estavam praticando politica representativa, democracia participativa. Os trabalhos se desenrolariam em tres tarefas: uma eleição de delegados para a Conferencia Nacional de Cultura, uma discussão e escolha de 5 diretrizes da Música para serem incorporadas á pauta da CNC e uma eleição de um Colegiado de 15 delegados e seus suplentes, que irá participar nos trabalhos do Conselho Nacional de Politica Cultural. Era uma Pré-Conferencia Setorial da Música. Odeio a falta de poesia dos títulos, mas é trabalho necessario, cidadão, e o momento me fazia acreditar na veracidade das intenções. O povo estava ali para dar um jeito nas coisas da Música como modo de vida.
Pode levar um tempo para se recuperar de uma interrupção, fui ali. Dias depois retomo esta conversa indo na mesma direção, num avião de volta a Brasilia. Corta para algum dia em 2004. Junto com Natale estava viajando por todas as capitais do Brasil, um titulo raro, que requer muitas horas de voo e muitas passagens por Brasilia, conexão obrigatória. Nessa época faziamos uma tourne do projeto Rumos, mapeando a música, indo ao encontro dos músicos e produtores. Natale já tinha um traquejo, estava voltando aos lugares e já tinha desenvolvido uma rede de contatos. Eu era presidente da ABMI e meu papel era fazer uma palestra sobre o movimento associativo. A ABMI nasceu dentro do Itaucultural, num encontro de produtores de discos do Brasil todo, em 2000. Fazia minha palestra, basicamente explicando que vinha uma nova ordem fonografica pela frente e seria necessario se reorganizar a partir de coletivos, associacões de pequenos produtores, que só assim poderiam sobreviver ao caos prenunciado pelo desmanche da industria. Só se organizando em coletivos seria possivel negociar com o Municipio, o Estado e a União e ir buscar melhores condições para a Música Brasileira. Acenava com as facilidades incipientes da internet, as possibilidades da telefonia celular chegando a todos os brasileiros e com o futuro digital, mais simples e barato que o passado analógico da indústria fonografica.
Fazia minha palestra, participava da mesa e dos debates durante o dia todo. Saiamos para comer com o pessoal local, fazendo amigos. Na maioria dos lugares encontravamos um ambiente de insatisfação e impotencia, pela falta de informações ou de recursos. O máximo que o governo se aproximava da Música era em editais de patrocinios a gravações de discos, depois disso era problema seu. O que havia de organização eram alguns selos, pequenas empresas fonograficas fora do Rio e SP, alguns com decadas, alguns movimentos de resistencia, algumas produtoras de bandas de rock, alguns selos de música instrumental e era isso. Quase nada de coletivos, sindicatos, associações.
Em Cuiabá, fizemos nossa palestra, um nivel de participação surpreendente, mais atento. Vamos sair e visitar um lugar recomendado, o Espaço Cubo, uma produtora comunitaria. Uma comitiva, pessoas do pedaço e nós. Uma casa num bairro classe média, sem sinais por fora. Na sala, logo na entrada, estantes com livros, uma parede cheia deles. Uma biblioteca para empréstimos. Mudei a marcha mental, admirei aquela biblioteca e pensei em todas as estantes de livro que fizeram a minha juventude enxergar o mundo lá fora. Este lugar já se colocava em outro patamar, já não me parecia mais uma produtora de bandas de rock, havia ali uma proposta de dividir com quem chega, partilhar uma estante de livros, que coisa mais simbólica. Dai para a frente, a visita foi se tornando um espanto atrás de outro. Um nucleo de produção, um núcleo de artes, um nucleo de informatica, tudo muito simples, mal acomodado mesmo, mas operacional. Aqui as bandas se produzem, preparam seus espetáculos, fazemos festivais, já temos conexões e apoio da prefeitura, estamos melhorando nossa sala de ensaio, e temos nossa moeda, o CuboCard, que circula entre as bandas e o comercio local. Em algum momento desta fala de apresentação que o dirigente Pablo Capilé fazia, me perdi dos detalhes e fiquei saboreando aquele modelo especial de empreendimento. Uma proposta utopica, de construção de realidade alternativa, movida a café e dias de 25 horas, jovens com uma erudição surpreendente, economistas na jogada, pés firmes no chão. Pode dar certo, pode contaminar outras pessoas e se expandir, levei dali um registro apontando para o futuro.
Nossa caravana seguiu em frente, vimos o tamanho deste continente, passei a ter uma visão mais completa da cena musical, fiz amigos por ai tudo. No ar, a certeza que era preciso organizar a música de novo, a partir das novas possibilidades, mas principalmente das novas cabeças. Oxigenio para uma industria anacronica.
Durante estes anos que se passaram, foram se formando grupos, os foruns de músicos, houve uma tentativa de organizar uma Camara Setorial da Música, onde reencontrei colegas da jornada, como Fabricio Nobre, de Goiania, que a partir de um selo de rock criou festivais e partiu para juntar os festivais numa associação nacional, a Abrafim.
Eles estavam ali nessa caverna em Brasilia, agora ali na minha frente, os mesmos Fabricio e Capilé, agora puxando a fila do Fora do Eixo, um coletivo de coletivos, um nó convergente, um empreendimento que continua juntando forças, por principio.
Nos dois dias da Pré-Conferencia Setorial da Música, vi dois grandes blocos interagindo. O povo dos Foruns de Músicos e o povo dos Fora do Eixo. Havia a necessidade de se extrair 15 representantes de um lote de 100 participantes, de todos os estados e de varios setores: músicos, produtores, entidades, associações, praticamente um recorte da música toda. Os dois blocos principais juntos formavam a maioria e restavam alguns representantes que ainda não haviam tomado partido entre os dois blocos. Nos dois dias, presenciei uma batalha politica no melhor sentido, quando ambos os lados se alinharam na primeira noite, cada um no seu canto, cada grupo fazendo sua contagem de votos e avaliando quantos delegados conseguiria nomear se houvesse uma votação, traçando estratégias, o povo do fora do eixo com um discurso de que seria importante conseguir o consenso de todos, evitar o confronto final e que para isso era preciso conversar e extrair o consenso. Num momento mirabolante, algumas dezenas de foras do eixo decidem ir falar com o povo dos foruns, que eram em maior numero e as duas delegações se fundem num verdadeiro quebrapau verbal, tirando diferenças uma a uma, recolocando frases no contexto, passando a limpo. Ali se iniciou um processo que iria durar dois dias e que terminou muito bem, quando se conseguiu acomodar nos 15 delegados e seus suplentes todas as vertentes, todos os estados, de forma prática e pragmática. Vamos aterrisar neste avião e ainda falta um paragrafo ou dois.
O que faço eu nesta conversa com o governo, no meio do governo? Observo e sou observado, eu acho. Fui convidado a participar, sem direito a voto, ok. Minha carreira é do mercado, tenho uns ventos idealistas que às vezes parecem socialistas, mas não entendo nada disso. Na verdade, para mim foi uma verdadeira aula de Politica, aprendi sobre questões de ordem, incisos, e o jargão. Algumas pessoas ali tinham formação teorica, erudita, sociólogos disfarçados de roqueiros e filósofos sociais com prática de balcão. Cresci e me formei na hierarquia da industria, uns mandando e todos obedecendo, mas passei a vida observando o socialismo musical das bandas de rock contrastando com a aristocracia musical da orquestra sinfonica. E lá estão eles, horizontalmente procurando o consenso, como eu vi os Titãs praticarem, não havia 7 x 1, era todos ou nada. Democracia radical, eu acho.
O governo entra na história por uma causa simples, tudo isto acontece como uma tentativa de se trazer ordem, organização, algum tipo de estrutura a um setor que sofre com as consequencias do já falado anacronismo que virou a industria e o mercado da Música, e acho que isso tambem acontece pelo resto das industrias criativas. Só o governo, começando pelo federal, tem condições de ir buscar algum tipo de atenção para todos se disporem a conversar juntos. Inclua embaixo da mesma lona as majors, os editores, os independentes, os festivais de rock, a universidade, a imprensa especializada, os operarios da música, os criadores, os sindicalistas e os coletivos solidarios, as casas. Diga para eles que terão de conversar sobre direitos de propriedade, pisos minimos, remuneração digital, legislação trabalhista, incentivos fiscais e verbas para projetos. Nem uma palavra sobre as musas. O pior é que não há saida simples nem um partido de idéias. Chamar de setor da economia da música talvez ajude a descrever o que seja este ente embaixo da lona lá em Brasilia. Pois este conjunto de diferentes iguais precisa superar o monólogo paroquial, a conversa conhecida e precisa se embrenhar numa busca de ideario comum, vai precisar virar um Partido da Música, uma ala do Partido da Cultura, se quiser participar deste enorme pais que planta soja, extrai petroleo e constroi aviões. A Música mais rica do mundo aqui mendiga patrocinios porque não existe mercado, só lá fora. Sem subsidios, editais e burocracia não se produzem espetáculos, não se gravam discos, não se faz rock nem mpb. Esta não é a melhor relação entre artistas e seu público e assim o processo se autodevora pelo rabo. Enfim, é preciso ir lá dentro do governo para tentar uma alternativa de recriação, de reconstrução depois da guerra perdida com o mercado de massa sem investimento na diferença, um equivoco histórico. Participo porque não vejo alternativa sem que se mudem leis, sem que se busque recursos fora do mercado como está, mal arrumado. É melhor que se converse e procure alternativas, juntos.
Os meninos e meninas ali sentados em roda no chão não teriam paciencia para me esperar juntar estes estilhaços de pensamentos num discurso, numa fala como eles dizem. Não sou do ramo. Mas sei ver quando uma idéia carrega sua ferramenta de realização. Cada um deles representava um nucleo de produção movido a entusiasmo, avido por encontrar um público que existe e irá se maravilhar, pela capacidade de trocar experiencias, de organizar conhecimento, pela pratica do quem tem põe e quem precisa tira. Um organiza um site comum, outro cria o modelo de documentação, outro explica como registrar um evento e transforma-lo em cinema. Eu vi, com estes olhos miopes, uma reunião com o poder de fogo dos melhores momentos numa empresa multinacional global. Eram mais de meia noite, eles eram mais de trinta e com um batalhão destes se ganha qualquer campeonato.
Você que gosta de festivais, está preparado? O lendário festival Woodstock vai ganhar uma nova edição em 2010, e desta vez será no Brasil!
O evento será na Fazenda Maeda, em Itu, cerca de 100 km de São Paulo, nos dias 7, 8 e 9 de outubro. O Virgula confirmou a realização do festival com os responsáveis pelo local, o grupo No Limits, que usam o local para produzir eventos seus como os festivais eletrônicos XXXperience e Tribe.
A iniciativa tomou forma e corpo através de uma colaboração entre os organizadores originais de Woodstock, do empresário Eduardo Fischer (do festival Maquinaria) e Perry Farrel (do Jane's Addiction e organizador do gigante Lollapalooza). Um evento que ficará marcado na história.
Entre as atrações cotadas para o festival estão Foo Fighters, Bob Dylan, Smashing Pumpkins, Rage Against The Machine, Pearl Jam e Limp Bizkit. Segundo informações da A2Media, as bandas Green Day e Linkin' Park já estariam quase confirmadas no evento.
O empresário Fischer ainda divulgou no seu Twitter a seguinte afirmação: "Faltam 30 dias pra você saber de tudo sobre o maior evento de conscientização da sustentabilidade."
Como ainda não há informações de ingressos para os eventos, fique de olho no Virgula Música para maiores informações deste que promete ser um dos maiores festivais de música já realizados no Brasil.
fonte:
http://virgula.uol.com.br/ver/noticia/musica/2010/04/07/245040-confirmado-woodstock-acontece-no-brasil-em-2010
Há quem diga que escrever é um dom que poucos têm.
Há quem diga que leitura e escrita, escrita e leitura são exercícios chatos e cansativos.
Ainda existem os que defendem a tese de que escrever é pura pretensão. É entender-se poeta. É incorporar-se gramático. É um caminho a parte.
Não sabemos ao certo o que esses argumentos têm de concreto, ou se muito dessas afirmações são pura crítica. Mais existem conceitos reais:
Escrever é sim um ato solitário. É o momento de reflexão ,de articulação de ideias e criação. Escrever é arte. Porém não precisa ser artista para escrever. Escrita é exercicio. Quanto mais se exercita, melhor se escreve, quanto mais se escreve, melhor se cria. Quanto mais se cria, mais se expressa e quanto mais se expressa, mas, bela a vida fica!
Fernando Pessoa disse:
"Há um tempo em que é preciso
abandonar as roupas usadas
Que já tem a forma do nosso corpo
E esquecer os nossos caminhos que
nos levam sempre aos mesmos lugares
É o tempo da travessia
E se não ousarmos fazê-la
Teremos ficado para sempre
À margem de nós mesmos"
Na escrita assim como em outras áreas artisticas para que se crie uma obra é preciso desnudar-se como disse o poeta e para se agregar conhecimento é preciso interligar as linguagens e experimentar novos saberes. Experimentos de dança/teatro...música/cinema...fotografia/design...literatura/circo...e experimentar em outras ordens. Isso é claro não é novo...é um fato real da contemporaneidade...o Experimental está aí...e tudo é permitido.
Aqui no blog Rock Alive também há propostas de junção das áreas e linguagens. E o resultado é uma rica diversidade cultural.
Prefiro pensar que todas as colocações iniciais desse texto levam-nos a pensar que pretensão não é escrever...Pretensão é fingir que a escrita não é tão importante...Há de se fazer ressalvas: Bandas fazem músicas, que geram letras...que são o quê? Texto! Grupos teatrais encenam e dramatizam desde pequenas cenas a grandes espetáculos e interpretam o quê? Texto!Cias de Dança coreografam ideias...expressam corporalmente ...e ideia...é o que mesmo? Texto!Literatura é essencialmente, o quê? Texto...A vida é dura, fria e cinza e aí é que vem a importância da Literatura, com ela a vida fica mais "ficcionada" e colorida. Por ela transformamos a realidade em fantasia e a fantasia imediatamente passa a ser realidade...e assim, "literando, filosofando, questionando, criticando" e com todos os outros gerúndios possíveis é que vamos perceber juntos o quanto Literatura é arte e o quanto essa arte é imprescindivel para nossa vida! Paremos por aqui...afinal é o primeiro post oficial depois do convite dos "Rock Alives"...Muito obrigada por esse convite...chega de escrever bobagens...mas como estamos tratando de Literatura vamos colocar um dos mestres para finalizar: "As vezes a gente acha que está falando bobagem e está fazendo poesia." - Mário Quintana -
Estréia hoje o primeiro programa "Seligaridicula", um programa totalmente independente que será veiculado à programação da rádio Rock Alive sempre nos dias 15 e 30 de cada mês às 21hs.
O programa é uma idéia antiga de fazer um programa totalmente voltado ao rock de todas as vertentes, de todas as épocas, sem distinção de estilos e épocas.
Sem rótulos ou definições, o programa propõe um formato anárquico onde pode-se esperar entrevistas com bandas, convidados ilustres em conversas bastante francas, opinião, e a trilha sonora é baseada no enfoque principal de cada programa.
Eu sei, está difícil de entender, vamos ser um pouco mais expecíficos: Pode rolar qualquer coisa entre tudo que se produziu de 1940 até os dias de hoje. Se o programa não lhe agradar por causa das entrevistas, ok, nós entendemos. Mas se você não gostar de nem uma musiquinha que rolar no programa, desculpa, mas você é um troxa! Não tem outra palavra!!! Volta pro inferno Demônho!!!!!
E Boa sorte pra todos!
raimein@gmail.com
Neste primeiro programa em visita ao Sebo Casarão em Campinas, conversei com o sr. Gilberto que é quem cuida da parte dos discos do sebo. Mais de 60 anos de rock, viveu na vila madalena trabalhou a vida toda como farmacia e remédios, mas ao se aposentar da profissão, achou outra mais prazerosa: montou loja de discos no início de 90. Enquanto todos estavam se desfazendo dos bolachões, ele captou muitos discos, acreditou no vinil e acertou!
Sr. Gilberto
Trilha sonora do programa:
Já que o assunto é rock'n roll e não se fala nisso sem falar em blues, colocamos o que há de mais influenciado pelo estilo, sem clichês! Rock'n Roll em fases diferentes, mas com o DNA do blues.
Skip James e Ventures são o pano de fundo para as entrevistas, e nos blocos:
BLOCO 01
Ventures - spudnick
Erasmo Carlos - minha fama de mau
Count Five - psychotic reaction
BLOCO 02
BRMC - beat the devil's tattoo
Velvet Underground - run run run
Rita Lee & Tutti Frutti - de pés no chão
BLOCO 03
Gang 90 & Absurdetes - jack kerouac
Made in Brazil - Banheiro
The Black Angels - black angel exit,shine
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Bobby Rydell - the wild one
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Os Pontas - la soufriere
O Sorockaba Itinerante é algo que será conversado, corremos com o Coletivo (em uma reunião genial a ser relatada em próximos capítulos) para que o Porcas Borboletas e o Aeromoças e Tenistas Russas pudessem dar as caras e fazer um show por aqui.
Em contato com os nossos já parceiros da Avesso pudemos agregar a tour à um evento que lá terá amanhã e agora o Porcas e o Aeromoças tem novamente um palco para acontecer.
Imagem da Avesso - Clique e conheça o Site
Pedimos desculpas pelo transtorno, quem conhece nosso trabalho sabe que esse não é a maneira que trabalhamos, também fomos pegos de surpresa!
Sem tempo para cartazes passamos abaixo o Serviço:
Show: Porcas Borboletas, Aeromoças e Tenistas Russas e Cripton
Hora: 17hs
Local: Espaço Avesso – Rua Comendador Oeter, 400 – Segundo Andar
Entrada: Grátis
Mapa:
Toda Quarta 16hs
O Co.Lab em sua segunda edição vem trazendo bandas e informações que permeiam Sorocaba. A semana foi de invasões, invasões Bauruenses, invasões de geradores, invasões de ensaio alheio, invasões de fantasmas e invasões de informação!
Falamos do Enxame Coletivo, Projeto Gerador (Guerrilha Gerador), Entrevista, Bandas Mortas e do Sorockaba Itinerante.
Invadiram:
Se você perdeu pode acompanhar as outras invasões do Co.Lab em nossa programação, reprises:
Quintas: 20hs
Sextas: 14hs
Sábados: 21:30
Domingos: 15hs
Segundas: 20hs
Quer saber algo, sugerir, criticar, participar, tocar no programa?
Mande e-mail: contato@rockalive.com.br e persiga-nos no Twitter: @ColetivoRA ou @RadioRockAlive
A faixa faz parte do CD que traz o mesmo nome da faixa do clipe, e que conta ainda com mais 9 faixas.
Não se enganem, esse não é uma postagem minha, e sim uma postagem da Marinês, esposa do Rodrigo Ricardo que acompanhava a gravação do nosso documentário sobre o Grito Rock Sorocaba e escreveu esse texto impressionante que torna-se em momentos vislumbres de um processo de nascimento e em momentos piadas internas... no geral entende-se, ou sente-se...
"Não bebo em serviço"...foi o que ele falou.
Todos ao seu redor...olharam.
"Errou quem me falou"
"Quem erra, morre"!
"Se quiser pegue aquilo ali, pegue o banquinho..."
"Está legal, isso"
"Deus...criou a terra"...e quem criou o Grito?
Grito Rock? Rock Grito?
Ali...observando...não entendi mais nada!
Talvez todos já tivessem bebido em serviço.
Sóbrios, sei não? Talvez não estivessem.
Trabalhando alegremente, coisas desconexas é o que falavam.
Em entrevista...coisas meio incompletas é o que afirmavam.
A poesia do trabalho...de um...dois...três...quatro!
Quatro é o numero par!
Ímpar...ímpar são as ideias...que surgem do nada...os risos...as entrelinhas...
Eita Beleza...em Cuiabá...é que tudo começou!
"Nas navegadas...é que verifiquei a possibilidade...o contato...e ai tudo se inicia...Vamo que vamo!
"Fiz o convite a ele"...e ai tudo se iniciou...
"Algumas coisas se destacaram para mim...Intervenção genial"...duas horas lá dentro trabalhando...Correria...Correria...
Adrenalina! Pura Adrenalina!
Fala você...Você é que foi patetóide... Marcou a quantidade de público...
Pegou de surpresa...
Bandas sempre...sempre surpreendem!
"Salientar...200...200 pessoas...Polícia! 1000 pessoas...sem policia...sem segurança...Exaltação...Brigas, não!
Colapso...
A realização de um sonho. Todo mundo precisa ouvir música independente, música própria...
A o retorno de parceiros...a os parceiros....patrocinadores....e toda parceria...viabiliza....desde o Rai...até os tiozinhos da pastelaria...Riqueza!
Riqueza de evento!
Soma....Multiplicação!
Ao pé da letra...Entrada Franca...Investimento Social...
Para aonde se caminha, agora? agora em 2010?
e o Iggy Pop Pera aí? que tem o Iggy a ver com isso? será que o Iggy...participou do Grito? Sei não...ao ficar no bar, não pude ver todas as bandas.
Mijar com a porta aberta! Limpar o pau na cortina!
Que isso? quem foi que fez isso, foi no evento?
Acho melhor mesmo é pensar na musculatura cultural e trabalhar pressupostos que valorizem os artistas...
...Que o moleque que pensa que cultura só faz e participa quem tem dom....é hora de desmistificar....cultura para todos! Nossa meta é essa...Inserir todos na arte...independente de vertentes...
Quem sabe? Quem sabe? Entre no site e venha até a gente...Trabalhe nesse trabalho colaborativo...www.rockalive.com.br
Artista Iluminado? Cuiabá? "Artista Igual Pedreiro"...?
Cadê o reconhecimento do pedreiro? cadê o reconhecimento do músico? Levar a sério!
Tudo...tudo é trabalho...não existe almoço grátis!
Almoço grátis?
Chamado?
Incentivo a Cultura?
Pessoas interessadas?
Marketing Cultural?
Trabalhar sério...
é isso...ainda que no inicio não entendesse nada...ao fim...ao fim há de se considerar...
Eita conversa boa...estão sóbrios? sim, ao final...ao final conclui-se que sim...e que os caras são bons mesmo...e que a iniciativa é tão bela quanto a poesia...a música...e toda forma de arte...
Se existe almoço grátis...realmente não sei.
Mas, vale a pena apostar que esse Grito...vai longe....e gritando e ecoando aos 4 cantos do mundo é que podemos afirmar...
4 ...4 sim...é um numero par!
3...3...sim...é um número...certamente...ímpar!
Por Marinês - Blog da Escrita
*Pare. Ouça. O mundo é uma grande Jam Session!*
Informações:
Ferraz - (15)8809-0772 | ini.contato@gmail.com | www.myspace.com/caixadomacaco
Pois bem, é hoje que, pela primeira vez, passa por Sorocaba a Turnê Fora do Eixo. Promovida em parceria com o Circuito Fora do Eixo a Turnê faz em 12 dias 12 shows e as bandas que darão início à essa empreitada são Aeromoças e Tenistas Russas (São Carlos/SP) e Porcas Borboletas (Uberlândia/MG).
Aqui em Sorocaba unimos a ação extra-municipal à uma ação de casa, a turnê passa por Sorocaba na re-estréia do Projeto Sorockaba Itinerante que em 2009 teve 4 edições e em 2010 vêm a todo vapor invertendo o êxodo ao centro de quem busca boa música e fazendo o intercâmbio entre os bairros mais afastados da cidade.
Dia 28 de Março então no Pq. das Águas, na chegada do Programa Pedala Sorocaba, o Sorockaba Itinerante dará seu ponta pé inicial. Além das bandas supracitadas que estarão em Turnê teremos as Sorocabanas Madeleine K e Cabeça Gorda (outra estréia misteriosa).
É música autoral, de graça, aos domingos nos parques e praças da cidade.
Madeleine K
Melhor representação visual da banda Cabeça Gorda
Pra fugir dos enlatados televisivos de domingo e ouvir boa música é só ficar de olho no nosso Blog.
Serviço:
Sorockaba Itinerante
Pq das Águas
15hs || Grátis
Bandas: Aeromoças e Tenistas Russas | Cabeça Gorda | Porcas Borboletas | Madeleine K
*Evento integrado à turnê fora do eixo: foradoeixotour.wordpress.com
Será uma pista ?
Pois bem, esse ano outra coisa foi feita de maneira colaborativa: um documentário. Ao todo 15 cidades/coletivos produzem e registram seus Gritos com temas pré-definidos e a junção final disso é o Documentário que está sendo postado em partes no site Nagulha.
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Infelizmente a Rock Alive não entrou nessa. A ONG Avesso entrou no planejamento da nossa filmagem após os coletivos fecharem o Grito Doc, porém teremos o nosso registro que agora, nesse exato momento, esta sendo editado pela galera da Avesso!!
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Então, estou postando aqui os 3 episódios que ja foram lançados e fiquem atentos ao Nagulha que por lá já já aparece mais um!!
Grito Doc - Episódio #1 - Uberlandia/MG
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Grito Doc - Episódio #2 - Natal/RN
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Grito Doc - Episódio #3 - Cuiaba/MT
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O Coletivo Cultural Rock Alive em parceria com a Secretaria de Cultura de Sorocaba, entram no 2° ano do Projeto Sorockaba Itinerante, projeto esse que leva os shows das bandas da cidades para os 4 cantos deSorocaba.
O projeto teve início em setembro de 2009 e contou com diversas apresentações nos bairros: Brigadeiro Tobias, Central Parque, Vitória Régia e Vila Haro.
Aqui na aba lateral de vídeos você pode conferir algumas das apresentações.
"É o Coletivo Rock Alive levando cultura à todos os cantos da Cidade de Sorocaba."
|| AGENDA 2010||
28/03 - Parque das Águas - das 15h as 20h (Chegada do Pedala Sorocaba).
Shows com:
Cabeça Gorda
Porcas Borboletas
Aeromoças e Tenistas Russas
Madeleine K
Essa data traz 2 shows da turnê fora do eixo.
|| CADASTROS ||
Envie e-mail para s.itinerante@rockalive.com.br com 3 MP3, Release e 1 foto.
OBS.: Não fazemos downloads, favor anexar 3 MP3.
|| PRODUÇÃO ||
ROCK ALIVE - COLETIVO CULTURAL
&
SECULT SOROCABA
PREFEITURA MUNICIPAL
Era sexta feira e a segunda cerveja suava em minha mão enquanto, pelo twitter do coletivo@ColetivoRA {momento jabá}), interagia com a galera... Heis que o RRR (vulgo Triple R, Vulgo Rodrigo Ricardo Rodrigues) chega em meu portão, naquele dia iria junto da banda Monstruário ao Grito Rock Vale do Paraíba, organizado pelo MCI
Confira 2 vídeos fitos pela galera do MCI:
Adultice:
Meu Legado:
A banda Sorocabana Monstruário estará se apresentando hoje(26/02) dentro da primeira noite do Grito Rock Vale do Paraíba.
A banda que faz parte do nosso Coletivo fará sua apresentação no Hocus Pocus Studio & Café, em São José dos Campos com mais 3 bandas.
Dentro do esquema de circulação do Circuito Fora do Eixo, vieram para Sorocaba algumas bandas, e o coletivo mandou o Monstruário pra lá.
Segue abaixo a programação completa dos 3 dias de evento.
Sexta - 26.02
Monstruário (Sorocaba/SP)
Visitantes (São Paulo/SP)
Alarde (São Paulo/SP)
Street Rock Rules (SJC/SP)
Horário: 22H
Entrada: R$ 10,00
Sábado - 27.02
Os Rélpis (Araraquara/SP)
Seminal (São Paulo/SP)
Seamus (Taubaté/SP)
Sonicopatas(Aparecida/SP)
Bea
Horário: 22H
Entrada: R$ 10,00
Domingo - 28.02
Almighty Devil Dogs (Bauru/SP)
Aeromoças e Tenistas Russas (São Carlos/SP)
Lusofones (Caçapava/SP)
The Snobs (Paraibuna/SP)
Abulia (SJC/SP)
Horário: 17H
Entrada: R$ 10,00
fonte: http://gritorock.com.br/2010/01/26/definido-a-line-up-do-grito-rock-vale-paraiba/
Esse rodeio todo foi para introduzir uma surpresa muito agradável: A Passeio, o segundo álbum dos Porcas Bornoletas. Tudo bem, é praticamente consenso que Um Carinho com os Dentes, o primeiro CD, de 2005, já era bastante bom, assim como a banda já era reconhecida como um dos melhores shows do circuito. Mas algo – que nem sempre acontece, mesmo com as melhores bandas – aconteceu com eles, desta vez. Um perfeito ajuste entre um repertório inspirado, uma execução vigorosa e um crescente domínio da linguagem de estúdio, ao lado de um produtor sagaz. Ou seja, se eu citei antes todos esses nomes, foi para concluir: Porcas Borboletas faz bonito, no meio dessa geração sensacional.Porque em 2009? Bom, foi-se o tempo nelsonrodrigueano em que o óbvio ululava. De uns tempos (décadas?) pra cá, vínhamos tendo que implorar para que alguém fizesse logo o que seria de se esperar – se o Brasil fosse normal. Juntar o que a MPB e o rock têm de melhor, por exemplo. Escrever boas letras em português (não por nada em especial, é só porque é a língua que falamos). Temperar o cinismo que a inteligência aconselha com algum afeto pelas coisas boas da vida. Cuidar mais dos arranjos e instrumentações (não por nada em especial, é só porque a música tem maravilhosas possibilidades). Gozar com o que é sério em excesso, mas sem confundir o hoje infame rótulo “irreverência” com um salvo-conduto para a babaquice. Enfim, coisas: juntar porcas com borboletas, se não era pedir demais. Demorou.
E eis que em Uberlândia – o fenômeno Fora do Eixo inventando mais uma fonte inesperada – seis malucos sensatos fizeram isso. Dizem que mineiro é come-quieto. Pois estes mineiros comeram quase toda a inteligência musical e poética que passou por perto. Se o ditado “diga-me com quem andas” ainda faz algum sentido, que tal um álbum – de rock! – que junta Arrigo e Paulo Barnabé, Bocato, Arthur de Faria, o já citado Junio, o produtor Alfredo Bello/ DJ Tudo, Simone Sou e Marcelo Jeneci? Com uma letra de Clarah Averbuck de quebra? E uma vagaba interpretada por Leandra Leal?
O melhor é que ninguém está lá só pra deixar a ficha técnica “mais sexy”, como dizem os ingleses – por mais que seja sexy mesmo. Ele(a)s estão lá porque os Porcas Borboletas dialogam com isso tudo: música brasileira, poesia instantânea, intervenções caprichadas de cordas e sopros, berreiro surrealista, andamentos tensos, momentos delicados, dissonâncias inquietantes, pop deslavado. Enfim, coisas. Na verdade entregaram mais do que o pedido. Só ouvindo pra entender.