sexta-feira, 16 de julho de 2010
É meus amigos "Rock Alives" eu estou em débito com vocês...O combinado era de postar toda segunda feira...proponho então que às segundas postarei algo e que não sendo escrita minha, possa também ser fragmentos de textos de autores renomados, para que assim...possamos estar sempre em contato com a Literatura.


E a Escrita?
Não se escreve mais?
E toda inspiração, literatura e palavras
Ficou lá para trás?
Respostas vagas.
Ideias vagas.
Não sei o que há de ser.
Ser poeta, deve ser isso.
Acordar e ver que palavras, palavras e mais palavras
Formam ideias, que formam contos, que expõem histórias e lançam polêmicas e geram críticas e elogios ou afins
Ser poeta deve ser a inconstancia a procurar pelo constante
Deve ser o vazio a procurar pelo cheio
O belo a procurar sua beleza
O feio a retratar sua feiúra
O certo a procurar por suas certezas
O erro a declamar suas culpas
Ser poeta deve ser viver primordialmente pela palava. Do texto à palavra, Do texto à fala...à réplica, à tréplica e ai de mim que não sou poeta.
Que não me vem ideias e nem me vem palavras...e ai de mim...Tristeza!
De não me ter o belo da ficção da vida.
Eu quero o belo, a fantasia, a imaginação.
Não...não me joguem apenas o real da vida.
O real não basta.
O real me aprisiona.
O real me dá fadiga.
A fadiga que sinto agora em não ser poeta!
Eu quero a poesia em mim.
Tudo bem, se me vier a prosa. Eu a aceito com muito gosto.
Mas não me neguem isso...não me neguem o texto...a palavra... a ideia...
E o que há de ser de mim? Não, mais poeta?
Não, mais feliz?
Felicidade é ser poeta...é ter ideias...é ver na escrita o colorido de uma vida cinza.

Pois como disse Clarice Lispector:


"Escrever é procurar entender, é procurar reproduzir o irreproduzível, é sentir até o último fim o sentimento que permaneceria apenas vago e sufocador. Escrever é também abençoar uma vida que não foi abençoada"

"Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é possível fazer sentido. Eu não: quero é uma verdade inventada"

"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..."

Então...eu quero, quero sim...ser poeta e desabrochar...ontem, hoje, amanhã e sempre!
quinta-feira, 10 de junho de 2010
Um Novo Texto Constrói-se de Ideias.Enquanto novas ideias surgem dos velhos e novos textos.
Marinês Rodrigues
quinta-feira, 13 de maio de 2010
quinta-feira, 15 de abril de 2010
Todo dia 15 e 30 às 20hs na rádio RockAlive
- no dia seguinte, reprise às 14hs


Neste programa, conversa com o Riva da Riva Rock discos aqui de Campinas, trilha sonora livre, retiramos os clichês e separamos tudo em blocos: "60-70", "80", "Shuffle", "Brasil [tema: electro rock]" e o último bloco onde ocorre o aguardado "detonando a geral", além da sábia dica de Tião Macalé pra finalizar o programa.



Para saber as bandas e músicas que rolaram neste programa CLIQUE AQUI

Após a reprise na RockAlive, o programa fica hospedado no endereço: http://seligaridicula.podomatic.com

ouça quando quiser!

Perguntas? Usem meu Formspring

Para divulgar sua festa e seu show, xingar, fazer sugestões? mande um mail para: raimein@gmail.com

Para recomendar um banda? mande o endereço das músicas ou vídeo para: raimein@gmail.com ou deixe os links nos comentários no blog do Podcast ou meu blog.

(lembre-se que o programa vai ao ar dia 15 e 30, então, não deixe pra entregar tudo em cima da hora)

Abraço a todos e valeu!

Rái Mein

sábado, 10 de abril de 2010
Sexta-feira, 9 de abril de 2010. Supostamente, uma sexta comum. Supostamente. Mas, ao assistir por meio do CineCafé (Sesc / Grande Otelo) o Filme:Léolo de Jean Claude Lauzon percebi dentre lágrimas que realmente não fora uma sexta comum. Fora sim, uma sexta-feira especial. Quanto de poesia pode se encontrar numa versão cinematográfica, belas fotografias e implicitos extraordinários. Sem contar a trilha sonora composta de outros e de Tom Waits. Misto de sensações inexplicáveis. Como se ali, naquela não tão confortável cadeira tivesse se apresentado em quase duas horas experiências magnânimas para mim. A beleza da obra, da força do texto, da bela fotografia, do roteiro maravilhoso e tudo se passa por meio de conflitos e conflitos e conflitos que não nos mostram outro cenário, a não ser a própria vida. Vida miserável na qual Leolo tenta escapar e fugir por meio da Leitura do Livro L'avalée des Avales de origem franco-canadense e deste livro é que ele tira toda a inspiração para escrever as mais belas poesias e histórias surrealistas que o transportam para uma outra vida, talvez menos sofrida, menos miserável...Um detalhe muito rico do filme é que ele nunca viu seus pais e nem irmãos a lerem nada e nunca entendeu como esse livro foi parar na casa dele, na verdade o livro servia de apoio para a mesa já "bamba". E, ele lia e relia esse livro. A principio não entendia uma só frase, depois tudo foi fazendo sentido e o levando a inspiração para suas próprias escritas. Um filme digno de ser visto.Comovente, inquietante, reflexivo. Daqueles que certamente nos fazem diferente ao final da sessão. Muito chorosa ao final e paradoxalmente muito feliz por ter tido essa oportunidade, fui para casa. Achando que seria o fim de uma sexta-feira comum. Mas, resolvi assistir o documentário exibido pela cultura "Loki" uma homenagem a Arnaldo Baptista - Mutantes. Continuou então a sessão chorosa, pois, surpreendentemente ao assistir esse documentario visões totalmente subjetivas nos levam a ter "raiva de Rita Lee" por certos momentos, raiva de Sergio e dos outros integrantes da banda...pena, piedade,misericórdia do Arnaldo...outrora ódio...misto de visões e subvisões. Mas, nenhuma delas são capazes de mensurar a grandeza desse artista mal interpretado, mal visto, criticado. Artista completo...inteligente, ousado...irreverente e com um legado musical que perdurará por muitos e muitos anos. Certamente que nunca saberemos quem é que errou nessa história que finda o ciclo Mutantes. Não podemos afirmar que a culpada foi Rita, não sabemos se o vilão foi Arnaldo, pois, com toda loucura deixa claro que foi injustiça terem o taxado de louco. Acho que uma coisa, levou a outra e isso gerou o efeito dominó. Talvez,o culpado real tenha sido ácido...ou, os tantos e tantos ácidos tomados por todos da banda. Uma pena! Realmente uma pena não termos tido o privilégio de crescemos ouvindo uma das melhores bandas...e termos sido limitados a apenas o cd...ainda assim, somos privilegiados por termos tido esse contato.
A sexta feira não foi mesmo comum. Retratou-me a triste história de Léolo e a triste história de vida de Arnaldo e no meio delas há tanto, tanto de poesia, tanto de beleza, tanto de riqueza...que se pudéssemos descrever em apenas uma frase:
"Todas as sextas-feiras deveriam ser ricas, assim...simples, assim". Mas, infelizmente os vídeos vistos como "Cult" são apreciados apenas por uma minoria de espectadores. E as poucas programações ricas de tv, são substituidas por aquelas tão mais pobres. Infelizmente. Talvez um dia possamos disseminar melhor as artes. E que todos possam apreciar a uma apresentação de dança contemporânea e possam frequentar mais os teatros e sentir prazer na solidão de uma leitura e entender que na solidão o livro mostra-se vivo, presente. Apreciar versões cinemátográficas, mas, não somente as vendáveis, "as americanizadas"...mas, aquelas que realmente nos transportam de seres passivos, a ativos, reflexivos e questionadores.Mas, não podemos desistir, o ano apresenta em média quantas, quantas sextas-feiras? Muitas, não as contei, mas sei, são várias. Quem sabe numa dessas a gente possa ver esses Cinecafés menos vazio, a gente possa ver os teatros, as vernissages, as apresentações de dança, de circo e etc...sendo mais valorizadas. Não, não nos cabe discutir a questão política, até pque nesses casos eles é que são culpados por quase tudo. O consenso diz que cultura custa caro...será mesmo? Eu assisti a um filme belissimo, a um documentário riquissimo e não paguei nada por isso, comprei um livro no "Sebo", nessa mesma sexta-feira por apenas R$ 1,50 e venho adquirindo conhecimento por meio de iniciativas diversas. Sou melhor que alguém, que alguns? Não. Definitivamente não! Mas, a diferença é que não me oponho. Ao primeiro convite para conhecer qualquer linguagem artistica me predisponho e vou buscando entendimento para receber aquela arte de forma prazerosa e tento entendê-la de forma a reconhecer o quanto ela tem a me acrescentar cultural e intelectualmente, e o quanto me ensina a ser melhor em todos os âmbitos da vida. Mas, somente isso não basta, o ganho está no quanto tudo isso inquieta e nos leva a questionamentos. E assim, de questionamento em questionamento, de experimentações em experimentações é que se constrói um novo patamar cultural. É possivel sim, galgar um outro patamar, basta que os pais levem livros a seus filhos e que isso faça parte de uma rotina normal. A pobreza está assim como na história de Léolo na qual um livro faz parte do cenario de uma casa apenas como "calço" de uma mesa. A pobreza de tudo é que a gente não percebe realmente que podemos fazer qualquer dia de nossa semana e de nossas vidas, dias mais ricos, basta querermos. A pobreza mesmo está em não entendermos o que G. Bachelard entendeu, pois para ele:"Há poesia nos principais espaços preferidos pelo homem. Na casa, no sótão, no porão. Numa simples gaveta". Talvez, quando chegarmos a esse entendimento não acharemos que a culpa de sermos "pobres culturalmente" é do governo, é da falta de dinheiro, é da Rita Lee em ter abandonado os Mutantes , nem do Léolo ter tido uma vida tão miserável. A miséria está realmente em cada um de nós que não abre a gaveta corretamente e não enxerga a poesia das coisas, de todas as coisas e principalmente que há em Todas As Coisas.
sexta-feira, 9 de abril de 2010
Texto publicado no blog Peripécias do Pena

.."E agora queria passar a palavra para o Pena e para o Daniel. " Trinta pessoas olhando em minha direção. Quase uma hora da manhã, numa caverna urbana em Brasilia, uma passagem entre dois prédios, uma assembléia reunida sentada no chão olha para mim e espera. Em alguns segundos retornei da viagem que estava tendo, olhando aqueles rapazes e moças se articulando, distribuindo tarefas, relatando cada um sua parte na experiencia. Emocionados e decididos, uma cena que pode ter se repetido em muitos momentos da História. Minha viagem naquele momento era descobrir o que seria mais parecido com aquele momento ali em Brasilia. Jovens reunidos na madrugada, com um plano de ação se desenrolando e se encaixando em outros planos que tambem se desenrolavam ali ao lado. Que grande poder tem estas vidas se preparando para uma jornada comum. Eles podem chegar até a Lua! Marte! A conquista do universo, tudo é viavel quando se tem a vontade e a vida pela frente. E eu tinha que dizer alguma coisa ali, naquele momento. Amarelei e pedi para sair. - "Eu escrevo no meu blog, leiam lá". Daniel Zen, um jovem como eles, Secretario de Estado da Cultura do Acre, tomou a palavra, eloquente e elegante, mostrou sua satisfação com o esforço de todos e disse algo importante. Que mesmo sendo uma assembleia discutindo a construção da Música, na verdade todos eles estavam ali se preparando para outros papeis, tão importantes, que teriam de desempenhar como cidadãos. Fui dormir tranquilo porque o que precisava ser dito havia sido dito.

Por isso, e por que fui cobrado de minha promessa, vou ter de caprichar aqui para as testemunhas oculares deste rascunho ao vivo.

Brasilia não perdoa os amadores, e só com muita concentração é possivel escapar do calor, do ar seco, do concreto, da falta de caminhos para pedestres. Estavamos trabalhando num parque de tendas, próximos do chão vermelho, com a chuva batendo forte na lona e interrompendo. Uma centena de pessoas representando os estados todos e quase todos os setores da música, em debate permanente e sem trégua. Varias histórias retrançadas em alguns anos de associativismo, militancia em sindicatos e cooperativas e essa coisa nova, os coletivos, meio trabalho solidario, meio clube, meio célula revolucionaria. Todos ali, por varias razões, estavam praticando politica representativa, democracia participativa. Os trabalhos se desenrolariam em tres tarefas: uma eleição de delegados para a Conferencia Nacional de Cultura, uma discussão e escolha de 5 diretrizes da Música para serem incorporadas á pauta da CNC e uma eleição de um Colegiado de 15 delegados e seus suplentes, que irá participar nos trabalhos do Conselho Nacional de Politica Cultural. Era uma Pré-Conferencia Setorial da Música. Odeio a falta de poesia dos títulos, mas é trabalho necessario, cidadão, e o momento me fazia acreditar na veracidade das intenções. O povo estava ali para dar um jeito nas coisas da Música como modo de vida.

Pode levar um tempo para se recuperar de uma interrupção, fui ali. Dias depois retomo esta conversa indo na mesma direção, num avião de volta a Brasilia. Corta para algum dia em 2004. Junto com Natale estava viajando por todas as capitais do Brasil, um titulo raro, que requer muitas horas de voo e muitas passagens por Brasilia, conexão obrigatória. Nessa época faziamos uma tourne do projeto Rumos, mapeando a música, indo ao encontro dos músicos e produtores. Natale já tinha um traquejo, estava voltando aos lugares e já tinha desenvolvido uma rede de contatos. Eu era presidente da ABMI e meu papel era fazer uma palestra sobre o movimento associativo. A ABMI nasceu dentro do Itaucultural, num encontro de produtores de discos do Brasil todo, em 2000. Fazia minha palestra, basicamente explicando que vinha uma nova ordem fonografica pela frente e seria necessario se reorganizar a partir de coletivos, associacões de pequenos produtores, que só assim poderiam sobreviver ao caos prenunciado pelo desmanche da industria. Só se organizando em coletivos seria possivel negociar com o Municipio, o Estado e a União e ir buscar melhores condições para a Música Brasileira. Acenava com as facilidades incipientes da internet, as possibilidades da telefonia celular chegando a todos os brasileiros e com o futuro digital, mais simples e barato que o passado analógico da indústria fonografica.

Fazia minha palestra, participava da mesa e dos debates durante o dia todo. Saiamos para comer com o pessoal local, fazendo amigos. Na maioria dos lugares encontravamos um ambiente de insatisfação e impotencia, pela falta de informações ou de recursos. O máximo que o governo se aproximava da Música era em editais de patrocinios a gravações de discos, depois disso era problema seu. O que havia de organização eram alguns selos, pequenas empresas fonograficas fora do Rio e SP, alguns com decadas, alguns movimentos de resistencia, algumas produtoras de bandas de rock, alguns selos de música instrumental e era isso. Quase nada de coletivos, sindicatos, associações.

Em Cuiabá, fizemos nossa palestra, um nivel de participação surpreendente, mais atento. Vamos sair e visitar um lugar recomendado, o Espaço Cubo, uma produtora comunitaria. Uma comitiva, pessoas do pedaço e nós. Uma casa num bairro classe média, sem sinais por fora. Na sala, logo na entrada, estantes com livros, uma parede cheia deles. Uma biblioteca para empréstimos. Mudei a marcha mental, admirei aquela biblioteca e pensei em todas as estantes de livro que fizeram a minha juventude enxergar o mundo lá fora. Este lugar já se colocava em outro patamar, já não me parecia mais uma produtora de bandas de rock, havia ali uma proposta de dividir com quem chega, partilhar uma estante de livros, que coisa mais simbólica. Dai para a frente, a visita foi se tornando um espanto atrás de outro. Um nucleo de produção, um núcleo de artes, um nucleo de informatica, tudo muito simples, mal acomodado mesmo, mas operacional. Aqui as bandas se produzem, preparam seus espetáculos, fazemos festivais, já temos conexões e apoio da prefeitura, estamos melhorando nossa sala de ensaio, e temos nossa moeda, o CuboCard, que circula entre as bandas e o comercio local. Em algum momento desta fala de apresentação que o dirigente Pablo Capilé fazia, me perdi dos detalhes e fiquei saboreando aquele modelo especial de empreendimento. Uma proposta utopica, de construção de realidade alternativa, movida a café e dias de 25 horas, jovens com uma erudição surpreendente, economistas na jogada, pés firmes no chão. Pode dar certo, pode contaminar outras pessoas e se expandir, levei dali um registro apontando para o futuro.

Nossa caravana seguiu em frente, vimos o tamanho deste continente, passei a ter uma visão mais completa da cena musical, fiz amigos por ai tudo. No ar, a certeza que era preciso organizar a música de novo, a partir das novas possibilidades, mas principalmente das novas cabeças. Oxigenio para uma industria anacronica.

Durante estes anos que se passaram, foram se formando grupos, os foruns de músicos, houve uma tentativa de organizar uma Camara Setorial da Música, onde reencontrei colegas da jornada, como Fabricio Nobre, de Goiania, que a partir de um selo de rock criou festivais e partiu para juntar os festivais numa associação nacional, a Abrafim.

Eles estavam ali nessa caverna em Brasilia, agora ali na minha frente, os mesmos Fabricio e Capilé, agora puxando a fila do Fora do Eixo, um coletivo de coletivos, um nó convergente, um empreendimento que continua juntando forças, por principio.
Nos dois dias da Pré-Conferencia Setorial da Música, vi dois grandes blocos interagindo. O povo dos Foruns de Músicos e o povo dos Fora do Eixo. Havia a necessidade de se extrair 15 representantes de um lote de 100 participantes, de todos os estados e de varios setores: músicos, produtores, entidades, associações, praticamente um recorte da música toda. Os dois blocos principais juntos formavam a maioria e restavam alguns representantes que ainda não haviam tomado partido entre os dois blocos. Nos dois dias, presenciei uma batalha politica no melhor sentido, quando ambos os lados se alinharam na primeira noite, cada um no seu canto, cada grupo fazendo sua contagem de votos e avaliando quantos delegados conseguiria nomear se houvesse uma votação, traçando estratégias, o povo do fora do eixo com um discurso de que seria importante conseguir o consenso de todos, evitar o confronto final e que para isso era preciso conversar e extrair o consenso. Num momento mirabolante, algumas dezenas de foras do eixo decidem ir falar com o povo dos foruns, que eram em maior numero e as duas delegações se fundem num verdadeiro quebrapau verbal, tirando diferenças uma a uma, recolocando frases no contexto, passando a limpo. Ali se iniciou um processo que iria durar dois dias e que terminou muito bem, quando se conseguiu acomodar nos 15 delegados e seus suplentes todas as vertentes, todos os estados, de forma prática e pragmática. Vamos aterrisar neste avião e ainda falta um paragrafo ou dois.

O que faço eu nesta conversa com o governo, no meio do governo? Observo e sou observado, eu acho. Fui convidado a participar, sem direito a voto, ok. Minha carreira é do mercado, tenho uns ventos idealistas que às vezes parecem socialistas, mas não entendo nada disso. Na verdade, para mim foi uma verdadeira aula de Politica, aprendi sobre questões de ordem, incisos, e o jargão. Algumas pessoas ali tinham formação teorica, erudita, sociólogos disfarçados de roqueiros e filósofos sociais com prática de balcão. Cresci e me formei na hierarquia da industria, uns mandando e todos obedecendo, mas passei a vida observando o socialismo musical das bandas de rock contrastando com a aristocracia musical da orquestra sinfonica. E lá estão eles, horizontalmente procurando o consenso, como eu vi os Titãs praticarem, não havia 7 x 1, era todos ou nada. Democracia radical, eu acho.

O governo entra na história por uma causa simples, tudo isto acontece como uma tentativa de se trazer ordem, organização, algum tipo de estrutura a um setor que sofre com as consequencias do já falado anacronismo que virou a industria e o mercado da Música, e acho que isso tambem acontece pelo resto das industrias criativas. Só o governo, começando pelo federal, tem condições de ir buscar algum tipo de atenção para todos se disporem a conversar juntos. Inclua embaixo da mesma lona as majors, os editores, os independentes, os festivais de rock, a universidade, a imprensa especializada, os operarios da música, os criadores, os sindicalistas e os coletivos solidarios, as casas. Diga para eles que terão de conversar sobre direitos de propriedade, pisos minimos, remuneração digital, legislação trabalhista, incentivos fiscais e verbas para projetos. Nem uma palavra sobre as musas. O pior é que não há saida simples nem um partido de idéias. Chamar de setor da economia da música talvez ajude a descrever o que seja este ente embaixo da lona lá em Brasilia. Pois este conjunto de diferentes iguais precisa superar o monólogo paroquial, a conversa conhecida e precisa se embrenhar numa busca de ideario comum, vai precisar virar um Partido da Música, uma ala do Partido da Cultura, se quiser participar deste enorme pais que planta soja, extrai petroleo e constroi aviões. A Música mais rica do mundo aqui mendiga patrocinios porque não existe mercado, só lá fora. Sem subsidios, editais e burocracia não se produzem espetáculos, não se gravam discos, não se faz rock nem mpb. Esta não é a melhor relação entre artistas e seu público e assim o processo se autodevora pelo rabo. Enfim, é preciso ir lá dentro do governo para tentar uma alternativa de recriação, de reconstrução depois da guerra perdida com o mercado de massa sem investimento na diferença, um equivoco histórico. Participo porque não vejo alternativa sem que se mudem leis, sem que se busque recursos fora do mercado como está, mal arrumado. É melhor que se converse e procure alternativas, juntos.

Os meninos e meninas ali sentados em roda no chão não teriam paciencia para me esperar juntar estes estilhaços de pensamentos num discurso, numa fala como eles dizem. Não sou do ramo. Mas sei ver quando uma idéia carrega sua ferramenta de realização. Cada um deles representava um nucleo de produção movido a entusiasmo, avido por encontrar um público que existe e irá se maravilhar, pela capacidade de trocar experiencias, de organizar conhecimento, pela pratica do quem tem põe e quem precisa tira. Um organiza um site comum, outro cria o modelo de documentação, outro explica como registrar um evento e transforma-lo em cinema. Eu vi, com estes olhos miopes, uma reunião com o poder de fogo dos melhores momentos numa empresa multinacional global. Eram mais de meia noite, eles eram mais de trinta e com um batalhão destes se ganha qualquer campeonato.
quinta-feira, 8 de abril de 2010



Você que gosta de festivais, está preparado? O lendário festival Woodstock vai ganhar uma nova edição em 2010, e desta vez será no Brasil!

O evento será na Fazenda Maeda, em Itu, cerca de 100 km de São Paulo, nos dias 7, 8 e 9 de outubro. O Virgula confirmou a realização do festival com os responsáveis pelo local, o grupo No Limits, que usam o local para produzir eventos seus como os festivais eletrônicos XXXperience e Tribe.

A iniciativa tomou forma e corpo através de uma colaboração entre os organizadores originais de Woodstock, do empresário Eduardo Fischer (do festival Maquinaria) e Perry Farrel (do Jane's Addiction e organizador do gigante Lollapalooza). Um evento que ficará marcado na história.

Entre as atrações cotadas para o festival estão Foo Fighters, Bob Dylan, Smashing Pumpkins, Rage Against The Machine, Pearl Jam e Limp Bizkit. Segundo informações da A2Media, as bandas Green Day e Linkin' Park já estariam quase confirmadas no evento.

O empresário Fischer ainda divulgou no seu Twitter a seguinte afirmação: "Faltam 30 dias pra você saber de tudo sobre o maior evento de conscientização da sustentabilidade."

Como ainda não há informações de ingressos para os eventos, fique de olho no Virgula Música para maiores informações deste que promete ser um dos maiores festivais de música já realizados no Brasil.

fonte:
http://virgula.uol.com.br/ver/noticia/musica/2010/04/07/245040-confirmado-woodstock-acontece-no-brasil-em-2010
quarta-feira, 31 de março de 2010
Há quem diga que escrever é um ato solitário.
Há quem diga que escrever é um dom que poucos têm.
Há quem diga que leitura e escrita, escrita e leitura são exercícios chatos e cansativos.
Ainda existem os que defendem a tese de que escrever é pura pretensão. É entender-se poeta. É incorporar-se gramático. É um caminho a parte.
Não sabemos ao certo o que esses argumentos têm de concreto, ou se muito dessas afirmações são pura crítica. Mais existem conceitos reais:
Escrever é sim um ato solitário. É o momento de reflexão ,de articulação de ideias e criação. Escrever é arte. Porém não precisa ser artista para escrever. Escrita é exercicio. Quanto mais se exercita, melhor se escreve, quanto mais se escreve, melhor se cria. Quanto mais se cria, mais se expressa e quanto mais se expressa, mas, bela a vida fica!
Fernando Pessoa disse:
"Há um tempo em que é preciso
abandonar as roupas usadas
Que já tem a forma do nosso corpo
E esquecer os nossos caminhos que
nos levam sempre aos mesmos lugares
É o tempo da travessia
E se não ousarmos fazê-la
Teremos ficado para sempre
À margem de nós mesmos"
Na escrita assim como em outras áreas artisticas para que se crie uma obra é preciso desnudar-se como disse o poeta e para se agregar conhecimento é preciso interligar as linguagens e experimentar novos saberes. Experimentos de dança/teatro...música/cinema...fotografia/design...literatura/circo...e experimentar em outras ordens. Isso é claro não é novo...é um fato real da contemporaneidade...o Experimental está aí...e tudo é permitido.
Aqui no blog Rock Alive também há propostas de junção das áreas e linguagens. E o resultado é uma rica diversidade cultural.
Prefiro pensar que todas as colocações iniciais desse texto levam-nos a pensar que pretensão não é escrever...Pretensão é fingir que a escrita não é tão importante...Há de se fazer ressalvas: Bandas fazem músicas, que geram letras...que são o quê? Texto! Grupos teatrais encenam e dramatizam desde pequenas cenas a grandes espetáculos e interpretam o quê? Texto!Cias de Dança coreografam ideias...expressam corporalmente ...e ideia...é o que mesmo? Texto!Literatura é essencialmente, o quê? Texto...A vida é dura, fria e cinza e aí é que vem a importância da Literatura, com ela a vida fica mais "ficcionada" e colorida. Por ela transformamos a realidade em fantasia e a fantasia imediatamente passa a ser realidade...e assim, "literando, filosofando, questionando, criticando" e com todos os outros gerúndios possíveis é que vamos perceber juntos o quanto Literatura é arte e o quanto essa arte é imprescindivel para nossa vida! Paremos por aqui...afinal é o primeiro post oficial depois do convite dos "Rock Alives"...Muito obrigada por esse convite...chega de escrever bobagens...mas como estamos tratando de Literatura vamos colocar um dos mestres para finalizar: "As vezes a gente acha que está falando bobagem e está fazendo poesia." - Mário Quintana -
terça-feira, 30 de março de 2010
Magrão e Sr. Gilberto

Estréia hoje o primeiro programa "Seligaridicula", um programa totalmente independente que será veiculado à programação da rádio Rock Alive sempre nos dias 15 e 30 de cada mês às 21hs.

O programa é uma idéia antiga de fazer um programa totalmente voltado ao rock de todas as vertentes, de todas as épocas, sem distinção de estilos e épocas.

Sem rótulos ou definições, o programa propõe um formato anárquico onde pode-se esperar entrevistas com bandas, convidados ilustres em conversas bastante francas, opinião, e a trilha sonora é baseada no enfoque principal de cada programa.
Eu sei, está difícil de entender, vamos ser um pouco mais expecíficos: Pode rolar qualquer coisa entre tudo que se produziu de 1940 até os dias de hoje. Se o programa não lhe agradar por causa das entrevistas, ok, nós entendemos. Mas se você não gostar de nem uma musiquinha que rolar no programa, desculpa, mas você é um troxa! Não tem outra palavra!!! Volta pro inferno Demônho!!!!!

E Boa sorte pra todos!
Rái
raimein@gmail.com
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Neste primeiro programa em visita ao Sebo Casarão em Campinas, conversei com o sr. Gilberto que é quem cuida da parte dos discos do sebo. Mais de 60 anos de rock, viveu na vila madalena trabalhou a vida toda como farmacia e remédios, mas ao se aposentar da profissão, achou outra mais prazerosa: montou loja de discos no início de 90. Enquanto todos estavam se desfazendo dos bolachões, ele captou muitos discos, acreditou no vinil e acertou!

Sr. Gilberto

Trilha sonora do programa:

Já que o assunto é rock'n roll e não se fala nisso sem falar em blues, colocamos o que há de mais influenciado pelo estilo, sem clichês! Rock'n Roll em fases diferentes, mas com o DNA do blues.

Skip James e Ventures são o pano de fundo para as entrevistas, e nos blocos:


BLOCO 01
Ventures - spudnick
Erasmo Carlos - minha fama de mau
Count Five - psychotic reaction

BLOCO 02
BRMC - beat the devil's tattoo
Velvet Underground - run run run
Rita Lee & Tutti Frutti - de pés no chão

BLOCO 03
Gang 90 & Absurdetes - jack kerouac
Made in Brazil - Banheiro
The Black Angels - black angel exit,shine
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Bobby Rydell - the wild one
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Os Pontas - la soufriere

Logo após as reprises do programa, disponibilizaremos como Podcast no blog da Rockalive e aqui também.


ESTRÉIA: HOJE! [30/03]
todo dia 15 e 30, sempre às 21hs
sábado, 27 de março de 2010

Heis que o nosso projeto foi cancelado pela Polícia Militar, por que? Devido alguns problemas que a Secretaria da Cultura teve em um evento em parceria com uma rádio FM, e a exceção virou regra. 2 dias antes do evento a Secult e nós fomos surpreendidos pela impossibilidade de utilizar o espaço, vindo da PM.

O Sorockaba Itinerante é algo que será conversado, corremos com o Coletivo (em uma reunião genial a ser relatada em próximos capítulos) para que o Porcas Borboletas e o Aeromoças e Tenistas Russas pudessem dar as caras e fazer um show por aqui.

Em contato com os nossos já parceiros da Avesso pudemos agregar a tour à um evento que lá terá amanhã e agora o Porcas e o Aeromoças tem novamente um palco para acontecer.


Imagem da Avesso - Clique e conheça o Site


Pedimos desculpas pelo transtorno, quem conhece nosso trabalho sabe que esse não é a maneira que trabalhamos, também fomos pegos de surpresa!

Sem tempo para cartazes passamos abaixo o Serviço:


Show: Porcas Borboletas, Aeromoças e Tenistas Russas e Cripton

Hora: 17hs

Local: Espaço Avesso – Rua Comendador Oeter, 400 – Segundo Andar

Entrada: Grátis

Mapa:


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